Leão alado
Luís Delfino
Como um leão, que volta, e vem do firmamento,
Tinta a boca de luz dos
astros imortais,
E que na fulva garra –
ousado e famulento, –
Arranca ao céu azul
pedaços colossais...
E sacudindo a crina e as
asas d’oiro ao vento,
Como às girafas dos seus
pátrios areais,
Das estrelas no colo –
indômito e violento, –
Mete o dente... e revoa
em procura de mais...
Seu gênio assim – Leão alado da harmonia, –
Seu gênio assim – Leão alado da harmonia, –
Roubava as ideais
estrelas da poesia,
Pendurando-as da pátria
aos múltiplos florões...
Quem não ouve o fremir
dos mundos fulgurosos,
Nos ombros carregando os
versos sonorosos
Do canto secular que nos
legou Camões?!
Fonte: Nejar, C. 2011. História da literatura brasileira. SP,
Leya. O poema acima – publicado em livro em 1927, com a dedicatória ‘A Luís de Camões’ – integra um conjunto de cinco
sonetos (‘Camoneana’) escritos em alusão ao terceiro centenário da morte do
poeta português, em 10/6/1880. Para ler um poema de Camões, ver aqui.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home