31 julho 2015

Os ancestrais do elefante

Paul Chwat

O elefante atual se distingue pela tromba, pelas presas e também pelo tamanho. Essas características não se encontravam em seus ancestrais mais antigos e mais primitivos, que surgiram no Eoceno e no começo do Oligoceno no Egito (como os restos dos mais antigos damões, com as quais ele apresenta algumas semelhanças morfológicas, da mesma forma que os sirenídeos). Com 1,30 m até a cernelha, eles não tinham tromba e as presas, apenas embrionárias, enfeitavam seus dois maxilares.

Com o aparecimento do gênero dinotério, no Mioceno, nós vencemos uma etapa. Esse animal viveu nas regiões pantanosas da Europa, até o Pleistoceno, época em que desapareceu. Sua tromba era bem desenvolvida, assim como as presas, mas, ao contrário dos elefantes de hoje, elas eram formadas pelo desenvolvimento dos incisivos inferiores e voltadas para baixo.

Os mastodontes nos aproximam das formas atuais. É possível acompanhar sua evolução: primeiro, todos os outros dentes anteriores desaparecem, com exceção de um único par de presas no maxilar superior e no maxilar inferior. Essas presas começaram por se estender, retas, para a frente, acarretando um alongamento paralelo dos ossos e músculos dos maxilares. Mais tarde, as presas continuam a se estender enquanto os maxilares se retraem, libertando o focinho musculoso que se transforma então em tromba flexível.

À medida que nos aproximamos, no tempo, as presas superiores prosseguem em seu desenvolvimento, muitas vezes se tornando curvas. As presas inferiores tendem a se reduzir e, finalmente, desaparecem. Finalmente, a dentadura se torna a que caracteriza os elefantes: os molares, pouco numerosos, grandes, muito altos e formados de excrescências transversais, passíveis de considerável desgaste. Os maxilares, bastante exíguos, não podem acolher mais do que um molar ao mesmo tempo, em cada uma de suas partes superior e inferior. Enquanto esse molar está em funcionamento, um outro molar se forma na parte de trás para substituir o primeiro quando ele estiver completamente desgastado.
[...]

Fonte: Chwat, P. 1974. O mundo dos quadrúpedes. SP, Hemus.

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