Os ancestrais do elefante
Paul Chwat
O elefante atual se
distingue pela tromba, pelas presas e também pelo tamanho. Essas
características não se encontravam em seus ancestrais mais antigos e mais
primitivos, que surgiram no Eoceno e no começo do Oligoceno no Egito (como os
restos dos mais antigos damões, com as quais ele apresenta algumas semelhanças
morfológicas, da mesma forma que os sirenídeos). Com 1,30 m até a cernelha,
eles não tinham tromba e as presas, apenas embrionárias, enfeitavam seus dois
maxilares.
Com o aparecimento do
gênero dinotério, no Mioceno, nós vencemos uma etapa. Esse animal viveu nas
regiões pantanosas da Europa, até o Pleistoceno, época em que desapareceu. Sua
tromba era bem desenvolvida, assim como as presas, mas, ao contrário dos elefantes
de hoje, elas eram formadas pelo desenvolvimento dos incisivos inferiores e voltadas
para baixo.
Os mastodontes nos
aproximam das formas atuais. É possível acompanhar sua evolução: primeiro,
todos os outros dentes anteriores desaparecem, com exceção de um único par de
presas no maxilar superior e no maxilar inferior. Essas presas começaram por se
estender, retas, para a frente, acarretando um alongamento paralelo dos ossos e
músculos dos maxilares. Mais tarde, as presas continuam a se estender enquanto
os maxilares se retraem, libertando o focinho musculoso que se transforma então
em tromba flexível.
À medida que nos
aproximamos, no tempo, as presas superiores prosseguem em seu desenvolvimento,
muitas vezes se tornando curvas. As presas inferiores tendem a se reduzir e,
finalmente, desaparecem. Finalmente, a dentadura se torna a que caracteriza os
elefantes: os molares, pouco numerosos, grandes, muito altos e formados de
excrescências transversais, passíveis de considerável desgaste. Os maxilares,
bastante exíguos, não podem acolher mais do que um molar ao mesmo tempo, em
cada uma de suas partes superior e inferior. Enquanto esse molar está em
funcionamento, um outro molar se forma na parte de trás para substituir o
primeiro quando ele estiver completamente desgastado.
[...]
Fonte: Chwat, P. 1974. O mundo dos quadrúpedes. SP, Hemus.
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