Terra das flores
Tomás Mamani Amorraga
Panqar Marka,
Terra de índios, grandes pensadores.
Em noite lúgubre ou em noite
de lua
Brilhas, oh, como uma
estrela!
Nosso mar, o Titicaca, é
o teu espelho,
Nossa grande montanha, o
lllimani, é o teu protetor,
Collasuyo, meu povo.
Panqar Marka, és a minha terra
de flores
Entre a névoa e a noite escura,
Os pampas emaranhados e as
ladeiras das montanhas,
Por onde corre a água, são
minha existência.
Nas minhas penas e nas
minhas alegrias
Tudo me queima.
Os animais choram muito,
Nas manhãs e nas tardes,
Olhando o horizonte.
Panqar Marka, Tawantinsuyo, Collasuyo,
Por que se calam?
Povo altivo como o condor
dos Andes,
Por que olvidas teus deveres,
tendo olhos?
Até quando não saberás
escrever em tua língua
Aimara, para dizer as
verdades?
Onde estás, neto de Julián Apasa, Tupac
Katari?
Por que se seca a corrente
de água?
Por que se perde tua prata,
Bolívia?
Povo meu, até agora estás
nas mãos alheias,
Por isso estou triste.
Panqar Marka, meu coração
salta
Pensando nos meus terrenos
e nos animais
Que se acabam, dia a dia.
Os poderosos nos fecham
as portas.
Sozinho vou confessar-me,
não se lembram de mim.
Ainda não se abrem as portas.
Para comercializar de terra
em terra
Para que comamos bem
Muitos estão florescendo
em Collasuyo.
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