Balanço
Adolfo Casais Monteiro
Afinal, toda a minha
poesia era verdade...
A noite é infindável, e
os dias
são a mesma vastidão de
carne apodrecida
morrendo sem saber de que
morria.
Os rios são os mesmos, ou
as ruas,
que só levam lá de onde
não saí.
O silêncio é sempre a
única resposta.
Se não pedi, que haviam
de me dar?
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