24 novembro 2016

Uma vez o amor, entre as rosas

Anacreonte

Uma vez o amor, entre as rosas,
Viu uma abelha que dormia,
Mas foi mordido.
E tendo sido picado
Começou a chorar...
E correndo e abrindo
As asas inteiramente,
À adorável Citéria disse:
Mãe, estou arruinado...
Estou arruinado e estou morrendo,
Uma minúscula serpente voadora,
Que os camponeses chamam de abelha,
Picou-me.
Disse ela: se a ferroada
De uma abelha te fere,
Quanto sofrerão, Amor, os que tu
Feriste com tuas flechas.

Fonte: Freire, C. 2004. Babel de poemas: uma antologia multilíngüe. Porto Alegre, L&PM. O autor viveu entre 572 e 485 aC.

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