Colonialismo, devastação, fome
Andrea Wulf
Mais tarde, em Cuba,
[Alexander von] Humboldt reparou que em vastas porções da ilha a cobertura
florestal tinha sido devastada para dar lugar a plantações de [cana-de-açúcar].
Para onde quer que fosse, Humboldt via a maneira como as lavouras produzidas
não para subsistência do agricultor, mas destinadas a render lucro, tinham
substituído os vegetais que fornecem nutrição. Cuba não produzia muita coisa
além de açúcar, o que significava que, sem produtos importados de outras
colônias, “a ilha morreria de fome”. Era a receita de dependência e injustiça.
De maneira semelhante, os habitantes da região em torno de Cumaná [Venezuela] cultivavam
tanto açúcar e índigo que eram obrigados a comprar do exterior comida que
poderiam facilmente produzir por conta própria. A monocultura e o modelo de
produção agrícola voltado à exportação e ao lucro não [criavam] uma sociedade
feliz, disse Humboldt. Era necessário um sistema de agricultura de subsistência,
baseado em culturas comestíveis para consumo próprio e variedade de alimentos
como bananas, quinoa, milho e batatas.
[...]
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