Cólera do mar
Augusto de Lima
Disse o rochedo ao mar,
que plácido dormia:
“Quantos milênios há que,
tu, negro elefante,
tragas covardemente
esses, cuja ousadia
se arriscou em teu dorso
enorme e flutuante?”
O mar não respondeu; mas
um tufão horrendo
cavou-lhe a entranha e
fez estremecer de medo
o coração do abismo.
Então o mar se erguendo,
atirou um navio aos
dentes do rochedo!
Fonte: Nejar, C. 2011. História da literatura brasileira. SP,
Leya. Poema – com a dedicatória ‘A Assis Brasil’ – publicado em livro em 1887.
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