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Viriato Gaspar
(A Ferreira Gullar)
O homem é a matéria do meu canto,
qualquer que seja a cor do que ele sente.
E não importa o motivo do seu pranto,
é um homem, meu irmão, e estou doente
de sua dor, e é meu o seu espanto
do mundo e desta hora incongruentes.
Na trincheira do Verbo me levanto
contra o que contra o homem se intente.
O homem é o objeto e o objetivo
de quanto sei cantar, e o canto é tudo
que pode me explicar porque estou vivo.
Às vezes sou ateu, noutras sou crente,
em outras sou rebelde, em algumas mudo:
– sou homem, e canto o homem no presente.
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Lindo poema
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