O que virá em seguida?
Robin M. Henig
O debate sobre o ‘gene exterminador’ é o mais recente de uma longa série de discussões a respeito dos rumos que a genética moderna está tomando. Questões sociais vêm assombrando está disciplina há muitos anos, com Cassandras invocando cenários de terror a cada nova descoberta. Hoje parece que algumas das previsões mais sombrias estão se concretizando. Basta olhar as manchetes. Homens mortos há muito tempo se tornam pais graças a espermatozoides congelados. Animais domésticos são transformados geneticamente para servir como fábricas de produtos farmacêuticos e em seguida clonados para produzir mais animais do mesmo tipo. Criancinhas são infectadas com vírus modificados, capazes de substituir genes defeituosos por outros sadios. A gigantesca enciclopédia que constitui o genoma humano é lida, um pedacinho de DNA após outro, em perfeita sequência, nos informando, com assustadora precisão, o que é ser normal.
Estes foram os resultados a que levaram as pesquisas dos pioneiros da genética, gente como Mendel e Nägeli, Correns e De Vries, Bateson e Weldon; não podemos deixar de nos perguntar o que virá em seguida.
Fonte: Henig, R. M. 2001. O monge no jardim. RJ, Rocco.
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