Diferenciação celular
Marcelo Carnier Dornelas
Análises clonais fornecem informação sobre os destinos celulares, mas não necessariamente indicam se as células serão ou não programadas para assumir um destino específico. Tem-se demonstrado que células, tecidos e órgãos são determinados quando eles possuem o mesmo destino in situ, quando isolados do resto do corpo da planta e quando implantados numa nova posição no corpo do organismo. Análises clonais demonstraram que células que se dividem em um plano errado e que ‘se movem’ para uma camada diferente de tecido se diferenciam de acordo com a sua nova posição. Posição, e não origem clonal parece ser o fator crítico para a formação de padrão durante a embriogênese, sugerindo a existência de algum tipo de comunicação intercelular. Experimentos de microcirurgia em embriões somáticos de cenoura demonstraram que pedaços isolados podem frequentemente substituir partes faltantes complementares. Um cotilédone removido do ápice caulinar, no início do desenvolvimento, pode ser substituído; ápices caulinares removidos do embrião podem ser substituídos por outros; eixos caulinares isolados podem regenerar raízes de novo; tecidos de raiz podem regenerar cotilédones, mas são menos propensos a regenerar o eixo caulinar. Embora a maior parte dos tecidos embrionários sejam pluripotentes e possam regenerar órgãos como os cotilédones e folhas, apenas os meristemas retêm esta característica durante o desenvolvimento pós-embrionário.
Fonte: Dornelas, M. C. 2003. In: Freitas, L. B. & Bered, F., orgs. Genética & evolução vegetal. Porto Alegre, Editora da UFRGS.
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