Boca a boca
Fernando Brant
i.
É na carne, é no osso
A dor vai penetrando
Quem sentirá tanto como eu minha agonia?
Delírio de velha
Visão ou lembrança
Ah, como eu fui jovem
E amei tanto (demais) a vida
Estou sozinha na cama fria
Meu corpo arde na lenta espera
Estou sozinha na cama, na vida
Estou sozinha diante da morte
É o medo, é o frio
Nas juntas, nos nervos
Quem me dará força
Para ver o fim do pavio (de tudo)
Eu tenho fé no mundo e nos homens
Eu tenho fé nesta louca aventura
Eu quero sim este ar que me falta
Eu quero sim respirar boca a boca, amar
ii.
É na carne, é no osso
A dor vai penetrando
Quem sentirá junto com você sua agonia?
Delírio de velha
Visão ou lembrança
Ah, como foi jovem
E amou demais a vida
Acreditou no mundo e nos homens
E teve fé nesta louca aventura
Ela quis sim este ar rarefeito
Ela quis sim respirar boca a boca, amar
E é boca a boca
Que a nova se espalha
Quem conheceu sabe
Era uma santa mulher
Ah, sirva sua dor de exemplo e sol
Ah, sirva como luz na noite escura
Fonte (parte i): álbum Renascer (1976), de Nana Caymmi. Versão da canção com as duas partes (aqui referidas como i e ii) apareceu no álbum de compilação Maria, Maria/Último trem (2009), de Milton Nascimento.
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