No reino das samambaias floridas: 22,1 milhões de casos, 616 mil mortes e o risco de pôr tudo a perder
Felipe A. P. L. Costa [*].
RESUMO. – Este artigo atualiza as estatísticas mundiais a respeito da pandemia da Covid-19 divulgadas em artigo anterior (aqui). Em escala global, já são 266 milhões de casos e 5,3 milhões de mortes. No caso específico do Brasil, o artigo também atualiza os valores das taxas de crescimento (casos e mortes). Entre 29/11 e 5/12, essas taxas ficaram em 0,0402% (casos) e 0,0316% (mortes). Ambas caíram em relação aos valores da semana anterior. Infelizmente, porém, o ritmo de queda vem arrefecendo ao longo das últimas sete semanas. Em uma palavra, estagnamos. E corremos o risco de pôr tudo a perder. Para acelerar a queda e nos aproximarmos de fato do fim da pandemia, é imperioso (1) acelerar a campanha de vacinação; (2) manter as medidas preventivas, notadamente o uso de máscara; e (3) endurecer as medidas de controle (e.g., tornar obrigatório o passaporte da vacina).
*
1. UM BALANÇO DA SITUAÇÃO MUNDIAL.
Levando em conta as estatísticas obtidas no fim da noite de ontem (5/12) [1], eis aqui um balanço momentâneo da situação mundial.
(A) Em números absolutos, os 20 países [2] mais afetados estão a concentrar 75% dos casos (de um total de 265.817.797) e 76% das mortes (de um total de 5.255.326) [3].
(B) Entre esses 20 países, a taxa de letalidade segue em 2%. A taxa brasileira segue em 2,8%. (Outros dois países da América do Sul que seguem no topo da lista têm taxas menores: Argentina, 2,2%; e Colômbia, 2,5%.)
(C) Nesses 20 países, receberam alta 180 milhões de indivíduos, o que corresponde a 90% dos casos. Em escala global, 240 milhões de indivíduos já receberam alta [4].
2. O RITMO DA PANDEMIA NO PAÍS.
De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados ontem (5/12) em todo o país mais 4.844 casos e 66 mortes. Teríamos chegado assim a um total de 22.143.091 casos e 615.636 mortes.
Na semana encerrada ontem (29/11-5/12), foram registrados 62.185 novos casos – uma queda pouco superior a 2% em relação ao total (63.630) da semana anterior.
Lamentavelmente, ainda foram registradas 1.358 mortes – uma queda de 16% em relação ao total (1.619) da semana anterior.
3. TAXAS DE CRESCIMENTO.
Os percentuais e os números absolutos referidos acima ajudam a descrever a situação. Todavia, para monitorar o ritmo e o rumo da pandemia [5], sigo a usar as taxas de crescimento no número de casos e de mortes. Ambas caíram em relação aos valores da semana anterior.
Vejamos os resultados mais recentes.
A taxa de crescimento no número de casos caiu de 0,0412% (22-28/11) para 0,0402% (29/11-5/12) [6].
A taxa de crescimento no número de mortes, por sua vez, caiu de 0,0377% (22-28/11) para 0,0316% (29/11-5/12).
FIGURA. Comportamento das médias semanais das taxas de crescimento no número de casos (pontos em azul escuro) e no número de óbitos (pontos em vermelho escuro) em todo o país (valores expressos em porcentagem), entre 11/7 e 5/12/2021. (Para resultados anteriores, ver aqui.) Note que alguns pares de pontos são coincidentes ou quase isso. As retas expressam a trajetória média de cada uma das taxas. As três nuvens de pontos (A, B e C) delimitadas por elipses estão a chamar a atenção para o fato de que o ritmo na queda das taxas de crescimento está a arrefecer, conforme a direção das setas pretas está a indicar.
4. CODA.
Os valores das taxas de crescimento (casos e mortes) tornaram a cair. Infelizmente, porém, o ritmo de queda vem diminuindo ao longo das últimas sete semanas (ver a figura que acompanha este artigo).
Em uma palavra, estagnamos.
É uma situação perigosa. Afinal, corremos o risco de pôr tudo a perder. Basta lembrar o seguinte: quanto mais demorarmos a eliminar o vírus, maiores serão as chances de que surja uma variante ainda mais infecciosa ou mesmo uma variante ainda mais virulenta.
Temos de acelerar as quedas nas taxas de crescimento. Para tanto, é imperioso (1) acelerar a campanha de vacinação; (2) manter as medidas preventivas, notadamente o uso de máscara; e (3) endurecer as medidas de controle (e.g., tornar obrigatório o passaporte da vacina) [8].
NOTAS.
[*] Há uma campanha de comercialização em curso envolvendo os livros do autor – ver o artigo Ciência e poesia em quatro volumes. Para mais informações ou para adquirir (por via postal) os quatro volumes (ou algum volume específico), faça contato pelo endereço meiterer@hotmail.com. Para conhecer outros artigos e livros, ver aqui.
[1] Vale notar que certos países atualizam suas estatísticas uma única vez ao longo do dia; outros atualizam duas vezes ou mais; e há uns poucos que estão a fazê-lo de modo mais ou menos errático. Acompanho as estatísticas mundiais em dois painéis, Mapping 2019-nCov (Johns Hopkins University, EUA) e Worldometer: Coronavirus (Dadax, EUA).
[2] Os 20 primeiros países da lista podem ser arranjados em oito grupos: (a) Entre 48 e 50 milhões de casos – Estados Unidos; (b) Entre 34 e 36 milhões – Índia; (c) Entre 22 e 24 milhões – Brasil; (d) Entre 10 e 12 milhões – Reino Unido; (e) Entre 8 e 10 milhões – Rússia, Turquia e França; (f) Entre 6 e 8 milhões – Alemanha e Irã; (g) Entre 4 e 6 milhões – Argentina, Espanha, Itália, Colômbia e Indonésia; e (h) Entre 2,8 e 4 milhões – México, Polônia, Ucrânia, África do Sul, Filipinas e Países Baixos.
Analisando as estatísticas (casos e mortes) das últimas quatro semanas, eis como está a situação mundial: (i) em números absolutos, os EUA seguem na liderança, com 2,56 milhões de novos casos; (ii) a lista dos cinco primeiros tem ainda os seguintes países: Alemanha (1,398 milhão), Reino Unido (1,163 milhão de casos), Rússia (985 mil) e Turquia (677 mil). O Brasil (264 mil) está em 17° lugar; e (iii) a lista dos países com mais mortes segue sendo encabeçada pela Rússia (33,6 mil); em seguida aparecem EUA (32,8 mil), Ucrânia (17,2 mil), Índia (9,7 mil) e Polônia (7,9 mil). O Brasil (6,2 mil) está em oitavo lugar.
Em termos macrogeográficos, a região que mais preocupa hoje segue sendo a Europa – incluindo países do leste (e.g., Polônia, Tchéquia, Eslováquia e Hungria), do oeste (e.g., Alemanha, Reino Unido, França, Países Baixos e Bélgica) e do norte (e.g., Dinamarca, Noruega e Finlândia).
Relaxamento precoce. Também chama a atenção o fato de que países com elevada cobertura vacinal (e.g., Portugal e Uruguai) registraram ou seguem a registrar escaladas em suas estatísticas, notadamente no número de casos. Um dos fatores a explicar isso seria a interrupção precoce de medidas preventivas (e.g., a suspensão do uso de máscaras e o relaxamento das barreiras sanitárias em portos e aeroportos).
[3] Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver qualquer um dos três primeiros volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado, vols. 1-5 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).
[4] Como comentei em ocasiões anteriores, fui levado a promover a seguinte mudança metodológica: as estatísticas de casos e mortes continuam a seguir o painel Mapping 2019-nCov, enquanto as de altas estão agora a seguir o painel Worldometer: Coronavirus.
[5] Ouso dizer que a pandemia chegará ao fim sem que a imprensa brasileira se dê conta de que está a monitorar a pandemia de um jeito, digamos, desfocado – além de burocrático e superficial. Para capturar e antever a dinâmica de processos populacionais, como é o caso da disseminação de uma doença contagiosa, devemos recorrer a um parâmetro que tenha algum poder preditivo. Não é o caso da média móvel. Mas é o caso da taxa de crescimento – seja do número de casos, seja do número de mortes. Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, em escala mundial e nacional, ver a referência citada na nota 3.
[6] Entre 19/10/2020 e 5/12/2021, as médias semanais exibiram os seguintes valores: (1) casos: 0,43% (19-25/10), 0,40% (26/10-1/11), 0,30% (2-8/11), 0,49% (9-15/11), 0,50% (16-22/11), 0,56% (23-29/11), 0,64% (30-6/12), 0,63% (7-13/12), 0,68% (14-20/12), 0,48% (21-27/12), 0,47% (28/12-3/1), 0,67% (4-10/1), 0,66% (11-17/1), 0,59% (18-24/1), 0,57% (25-31/1), 0,49%(1-7/2), 0,46% (8-14/2), 0,48% (15-21/2), 0,53% (22-28/2), 0,62% (1-7/3), 0,59% (8-14/3), 0,63% (15-21/3), 0,63% (22-28/3), 0,50% (29/3-4/4), 0,54% (5-11/4), 0,48% (12-18/4), 0,4026% (19-25/4), 0,4075% (26/4-2/5), 0,4111% (3-9/5), 0,4114% (10-16/5), 0,4115% (17-23/5), 0,38% (24-30/5), 0,37% (31/5-6/6), 0,39% (7-13/6), 0,4174% (14-20/6), 0,39% (21-27/6), 0,27% (28/6-4/7), 0,2419% (5-11/7), 0,21% (12-18/7), 0,23% (19-25/7), 0,1802% (26/7-1/8), 0,1621% (2-8/8), 0,14% (9-15/8), 0,1444% (16-22/8), 0,1183% (23-29/8), 0,1023% (30/8-5/9), 0,0744% (6-12/9), 0,1625% (13-19/9), 0,0753% (20-26/9), 0,0775% (27/9-3/10), 0,0715% (4-10/10), 0,0454% (11-17/10), 0,0562% (18-24/10), 0,0532% (25-31/10), 0,0455% (1-7/11), 0,0505% (8-14/11), 0,0385% (15-21/11), 0,0412% (22-28/11) e 0,0402% (29/11-5/12); e (2) mortes: 0,3% (19-25/10), 0,26% (26/10-1/11), 0,21% (2-8/11), 0,3% (9-15/11), 0,29% (16-22/11), 0,3% (23-29/11), 0,34% (30-6/12), 0,36% (7-13/12), 0,42% (14-20/12), 0,33% (21-27/12), 0,36% (28/12-3/1), 0,51% (4-10/1), 0,47% (11-17/1), 0,48% (18-24/1), 0,48% (25-31/1), 0,44%(1-7/2), 0,47% (8-14/2), 0,43% (15-21/2), 0,48% (22-28/2), 0,58% (1-7/3), 0,68% (8-14/3), 0,79% (15-21/3), 0,86% (22-28/3), 0,86% (29/3-4/4), 0,91% (5-11/4), 0,80% (12-18/4), 0,66% (19-25/4), 0,60% (26/4-2/5), 0,51% (3-9/5), 0,45% (10-16/5), 0,43% (17-23/5), 0,40% (24-30/5), 0,35% (31/5-6/6), 0,4171% (7-13/6), 0,4175% (14-20/6), 0,33% (21-27/6), 0,30% (28/6-4/7), 0,23% (5-11/7), 0,23% (12-18/7), 0,20% (19-25/7), 0,1785% (26/7-1/8), 0,1613% (2-8/8), 0,1492% (9-15/8), 0,1367% (16-22/8), 0,1185% (23-29/8), 0,1062% (30/8-5/9), 0,07870% (6-12/9), 0,0947% (13-19/9), 0,0890% (20-26/9), 0,0840% (27/9-3/10), 0,0730% (4-10/10), 0,0539% (11-17/10), 0,0558% (18-24/10), 0,0513% (25-31/10), 0,0381% (1-7/11), 0,0430% (8-14/11), 0,0321% (15-21/11), 0,0377% (22-28/11) e 0,0316% (29/11-5/12).
Não custa lembrar: Os valores acima são as médias semanais de uma taxa que, por razões metodológicas, está a oscilar ao longo da semana. Para fins de monitoramento, é importante ficar de olho nas taxas de crescimento (casos e mortes), não em valores absolutos. Considere uma taxa de crescimento de 0,5%. Se o total de casos no dia 1 está em 100.000, no dia 2 estará em 100.500 (= 100.000 x 1,005) e no dia 8 (sete dias depois), em 103.553 (= 100.000 x 1,0057; um acréscimo de 3.553 casos em relação ao dia 1); se o total no dia 1 está em 4.000.000, no dia 2 estará em 4.020.000 e no dia 8, em 4.142.118 (acréscimo de 142.118); se o no dia 1 o total está em 10.000.000, no dia 2 estará em 10.050.000 e no dia 8, em 10.355.294 (acréscimo de 355.294). Como se vê, embora os valores absolutos dos acréscimos referidos acima sejam muito desiguais (3.553, 142.118 e 355.294), todos equivalem ao mesmo percentual de aumento (~3,55%) em relação aos respectivos valores iniciais.
[7] Sobre o cálculo das taxas de crescimento, ver referência citada na nota 3.
[8] O ritmo da campanha de vacinação caiu muitíssimo. Levamos 34 dias (24/8-27/9) para ir de 60% a 70% da população com ao menos uma dose da vacina. (E hoje, 6/12, seguimos empacados em torno dos 77%!) Antes disso, porém, levamos 25 dias (9/7-3/8) para ir de 40% a 50% e apenas 21 dias (3-24/8) para ir de 50% a 60%. Sobre os percentuais, ver ‘Coronavirus (COVID-19) Vaccinations’ (Our World in Data, Oxford, Inglaterra).
Como escrevi em ocasiões anteriores, uma saída rápida para a crise (minimizando o número de novos casos e, sobretudo, o de mortes) dependeria de dois fatores: (i) a adoção de medidas efetivas de proteção e confinamento; e (ii) uma massiva e acelerada campanha de vacinação.
(A) Em números absolutos, os 20 países [2] mais afetados estão a concentrar 75% dos casos (de um total de 265.817.797) e 76% das mortes (de um total de 5.255.326) [3].
(B) Entre esses 20 países, a taxa de letalidade segue em 2%. A taxa brasileira segue em 2,8%. (Outros dois países da América do Sul que seguem no topo da lista têm taxas menores: Argentina, 2,2%; e Colômbia, 2,5%.)
(C) Nesses 20 países, receberam alta 180 milhões de indivíduos, o que corresponde a 90% dos casos. Em escala global, 240 milhões de indivíduos já receberam alta [4].
2. O RITMO DA PANDEMIA NO PAÍS.
De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados ontem (5/12) em todo o país mais 4.844 casos e 66 mortes. Teríamos chegado assim a um total de 22.143.091 casos e 615.636 mortes.
Na semana encerrada ontem (29/11-5/12), foram registrados 62.185 novos casos – uma queda pouco superior a 2% em relação ao total (63.630) da semana anterior.
Lamentavelmente, ainda foram registradas 1.358 mortes – uma queda de 16% em relação ao total (1.619) da semana anterior.
3. TAXAS DE CRESCIMENTO.
Os percentuais e os números absolutos referidos acima ajudam a descrever a situação. Todavia, para monitorar o ritmo e o rumo da pandemia [5], sigo a usar as taxas de crescimento no número de casos e de mortes. Ambas caíram em relação aos valores da semana anterior.
Vejamos os resultados mais recentes.
A taxa de crescimento no número de casos caiu de 0,0412% (22-28/11) para 0,0402% (29/11-5/12) [6].
A taxa de crescimento no número de mortes, por sua vez, caiu de 0,0377% (22-28/11) para 0,0316% (29/11-5/12).
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FIGURA. Comportamento das médias semanais das taxas de crescimento no número de casos (pontos em azul escuro) e no número de óbitos (pontos em vermelho escuro) em todo o país (valores expressos em porcentagem), entre 11/7 e 5/12/2021. (Para resultados anteriores, ver aqui.) Note que alguns pares de pontos são coincidentes ou quase isso. As retas expressam a trajetória média de cada uma das taxas. As três nuvens de pontos (A, B e C) delimitadas por elipses estão a chamar a atenção para o fato de que o ritmo na queda das taxas de crescimento está a arrefecer, conforme a direção das setas pretas está a indicar.
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4. CODA.
Os valores das taxas de crescimento (casos e mortes) tornaram a cair. Infelizmente, porém, o ritmo de queda vem diminuindo ao longo das últimas sete semanas (ver a figura que acompanha este artigo).
Em uma palavra, estagnamos.
É uma situação perigosa. Afinal, corremos o risco de pôr tudo a perder. Basta lembrar o seguinte: quanto mais demorarmos a eliminar o vírus, maiores serão as chances de que surja uma variante ainda mais infecciosa ou mesmo uma variante ainda mais virulenta.
Temos de acelerar as quedas nas taxas de crescimento. Para tanto, é imperioso (1) acelerar a campanha de vacinação; (2) manter as medidas preventivas, notadamente o uso de máscara; e (3) endurecer as medidas de controle (e.g., tornar obrigatório o passaporte da vacina) [8].
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NOTAS.
[*] Há uma campanha de comercialização em curso envolvendo os livros do autor – ver o artigo Ciência e poesia em quatro volumes. Para mais informações ou para adquirir (por via postal) os quatro volumes (ou algum volume específico), faça contato pelo endereço meiterer@hotmail.com. Para conhecer outros artigos e livros, ver aqui.
[1] Vale notar que certos países atualizam suas estatísticas uma única vez ao longo do dia; outros atualizam duas vezes ou mais; e há uns poucos que estão a fazê-lo de modo mais ou menos errático. Acompanho as estatísticas mundiais em dois painéis, Mapping 2019-nCov (Johns Hopkins University, EUA) e Worldometer: Coronavirus (Dadax, EUA).
[2] Os 20 primeiros países da lista podem ser arranjados em oito grupos: (a) Entre 48 e 50 milhões de casos – Estados Unidos; (b) Entre 34 e 36 milhões – Índia; (c) Entre 22 e 24 milhões – Brasil; (d) Entre 10 e 12 milhões – Reino Unido; (e) Entre 8 e 10 milhões – Rússia, Turquia e França; (f) Entre 6 e 8 milhões – Alemanha e Irã; (g) Entre 4 e 6 milhões – Argentina, Espanha, Itália, Colômbia e Indonésia; e (h) Entre 2,8 e 4 milhões – México, Polônia, Ucrânia, África do Sul, Filipinas e Países Baixos.
Analisando as estatísticas (casos e mortes) das últimas quatro semanas, eis como está a situação mundial: (i) em números absolutos, os EUA seguem na liderança, com 2,56 milhões de novos casos; (ii) a lista dos cinco primeiros tem ainda os seguintes países: Alemanha (1,398 milhão), Reino Unido (1,163 milhão de casos), Rússia (985 mil) e Turquia (677 mil). O Brasil (264 mil) está em 17° lugar; e (iii) a lista dos países com mais mortes segue sendo encabeçada pela Rússia (33,6 mil); em seguida aparecem EUA (32,8 mil), Ucrânia (17,2 mil), Índia (9,7 mil) e Polônia (7,9 mil). O Brasil (6,2 mil) está em oitavo lugar.
Em termos macrogeográficos, a região que mais preocupa hoje segue sendo a Europa – incluindo países do leste (e.g., Polônia, Tchéquia, Eslováquia e Hungria), do oeste (e.g., Alemanha, Reino Unido, França, Países Baixos e Bélgica) e do norte (e.g., Dinamarca, Noruega e Finlândia).
Relaxamento precoce. Também chama a atenção o fato de que países com elevada cobertura vacinal (e.g., Portugal e Uruguai) registraram ou seguem a registrar escaladas em suas estatísticas, notadamente no número de casos. Um dos fatores a explicar isso seria a interrupção precoce de medidas preventivas (e.g., a suspensão do uso de máscaras e o relaxamento das barreiras sanitárias em portos e aeroportos).
[3] Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver qualquer um dos três primeiros volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado, vols. 1-5 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).
[4] Como comentei em ocasiões anteriores, fui levado a promover a seguinte mudança metodológica: as estatísticas de casos e mortes continuam a seguir o painel Mapping 2019-nCov, enquanto as de altas estão agora a seguir o painel Worldometer: Coronavirus.
[5] Ouso dizer que a pandemia chegará ao fim sem que a imprensa brasileira se dê conta de que está a monitorar a pandemia de um jeito, digamos, desfocado – além de burocrático e superficial. Para capturar e antever a dinâmica de processos populacionais, como é o caso da disseminação de uma doença contagiosa, devemos recorrer a um parâmetro que tenha algum poder preditivo. Não é o caso da média móvel. Mas é o caso da taxa de crescimento – seja do número de casos, seja do número de mortes. Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, em escala mundial e nacional, ver a referência citada na nota 3.
[6] Entre 19/10/2020 e 5/12/2021, as médias semanais exibiram os seguintes valores: (1) casos: 0,43% (19-25/10), 0,40% (26/10-1/11), 0,30% (2-8/11), 0,49% (9-15/11), 0,50% (16-22/11), 0,56% (23-29/11), 0,64% (30-6/12), 0,63% (7-13/12), 0,68% (14-20/12), 0,48% (21-27/12), 0,47% (28/12-3/1), 0,67% (4-10/1), 0,66% (11-17/1), 0,59% (18-24/1), 0,57% (25-31/1), 0,49%(1-7/2), 0,46% (8-14/2), 0,48% (15-21/2), 0,53% (22-28/2), 0,62% (1-7/3), 0,59% (8-14/3), 0,63% (15-21/3), 0,63% (22-28/3), 0,50% (29/3-4/4), 0,54% (5-11/4), 0,48% (12-18/4), 0,4026% (19-25/4), 0,4075% (26/4-2/5), 0,4111% (3-9/5), 0,4114% (10-16/5), 0,4115% (17-23/5), 0,38% (24-30/5), 0,37% (31/5-6/6), 0,39% (7-13/6), 0,4174% (14-20/6), 0,39% (21-27/6), 0,27% (28/6-4/7), 0,2419% (5-11/7), 0,21% (12-18/7), 0,23% (19-25/7), 0,1802% (26/7-1/8), 0,1621% (2-8/8), 0,14% (9-15/8), 0,1444% (16-22/8), 0,1183% (23-29/8), 0,1023% (30/8-5/9), 0,0744% (6-12/9), 0,1625% (13-19/9), 0,0753% (20-26/9), 0,0775% (27/9-3/10), 0,0715% (4-10/10), 0,0454% (11-17/10), 0,0562% (18-24/10), 0,0532% (25-31/10), 0,0455% (1-7/11), 0,0505% (8-14/11), 0,0385% (15-21/11), 0,0412% (22-28/11) e 0,0402% (29/11-5/12); e (2) mortes: 0,3% (19-25/10), 0,26% (26/10-1/11), 0,21% (2-8/11), 0,3% (9-15/11), 0,29% (16-22/11), 0,3% (23-29/11), 0,34% (30-6/12), 0,36% (7-13/12), 0,42% (14-20/12), 0,33% (21-27/12), 0,36% (28/12-3/1), 0,51% (4-10/1), 0,47% (11-17/1), 0,48% (18-24/1), 0,48% (25-31/1), 0,44%(1-7/2), 0,47% (8-14/2), 0,43% (15-21/2), 0,48% (22-28/2), 0,58% (1-7/3), 0,68% (8-14/3), 0,79% (15-21/3), 0,86% (22-28/3), 0,86% (29/3-4/4), 0,91% (5-11/4), 0,80% (12-18/4), 0,66% (19-25/4), 0,60% (26/4-2/5), 0,51% (3-9/5), 0,45% (10-16/5), 0,43% (17-23/5), 0,40% (24-30/5), 0,35% (31/5-6/6), 0,4171% (7-13/6), 0,4175% (14-20/6), 0,33% (21-27/6), 0,30% (28/6-4/7), 0,23% (5-11/7), 0,23% (12-18/7), 0,20% (19-25/7), 0,1785% (26/7-1/8), 0,1613% (2-8/8), 0,1492% (9-15/8), 0,1367% (16-22/8), 0,1185% (23-29/8), 0,1062% (30/8-5/9), 0,07870% (6-12/9), 0,0947% (13-19/9), 0,0890% (20-26/9), 0,0840% (27/9-3/10), 0,0730% (4-10/10), 0,0539% (11-17/10), 0,0558% (18-24/10), 0,0513% (25-31/10), 0,0381% (1-7/11), 0,0430% (8-14/11), 0,0321% (15-21/11), 0,0377% (22-28/11) e 0,0316% (29/11-5/12).
Não custa lembrar: Os valores acima são as médias semanais de uma taxa que, por razões metodológicas, está a oscilar ao longo da semana. Para fins de monitoramento, é importante ficar de olho nas taxas de crescimento (casos e mortes), não em valores absolutos. Considere uma taxa de crescimento de 0,5%. Se o total de casos no dia 1 está em 100.000, no dia 2 estará em 100.500 (= 100.000 x 1,005) e no dia 8 (sete dias depois), em 103.553 (= 100.000 x 1,0057; um acréscimo de 3.553 casos em relação ao dia 1); se o total no dia 1 está em 4.000.000, no dia 2 estará em 4.020.000 e no dia 8, em 4.142.118 (acréscimo de 142.118); se o no dia 1 o total está em 10.000.000, no dia 2 estará em 10.050.000 e no dia 8, em 10.355.294 (acréscimo de 355.294). Como se vê, embora os valores absolutos dos acréscimos referidos acima sejam muito desiguais (3.553, 142.118 e 355.294), todos equivalem ao mesmo percentual de aumento (~3,55%) em relação aos respectivos valores iniciais.
[7] Sobre o cálculo das taxas de crescimento, ver referência citada na nota 3.
[8] O ritmo da campanha de vacinação caiu muitíssimo. Levamos 34 dias (24/8-27/9) para ir de 60% a 70% da população com ao menos uma dose da vacina. (E hoje, 6/12, seguimos empacados em torno dos 77%!) Antes disso, porém, levamos 25 dias (9/7-3/8) para ir de 40% a 50% e apenas 21 dias (3-24/8) para ir de 50% a 60%. Sobre os percentuais, ver ‘Coronavirus (COVID-19) Vaccinations’ (Our World in Data, Oxford, Inglaterra).
Como escrevi em ocasiões anteriores, uma saída rápida para a crise (minimizando o número de novos casos e, sobretudo, o de mortes) dependeria de dois fatores: (i) a adoção de medidas efetivas de proteção e confinamento; e (ii) uma massiva e acelerada campanha de vacinação.
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