Por ver-te
Maria Firmina dos Reis
Por ver-te
Tudo – tudo eu daria:
A vida, a alma, oh céus!
Te of’receria.
Por ver-te inda uma vez
Meu coração
Anseia desejoso!
Por ver-te a mim rendido de afeição,
Por ver-te venturoso.
Por ver-te – a paz, que gozo, – o ar, que gira
Em todo o firmamento,
Eu quisera me fossem denegados,
Só por ver-te um momento.
Por ver-te, ind’eu quisera aniquilado
O céu, o mar, a terra, o ar, o vento;
Quisera, pendurados nos abismos,
Ver os astros perderem o movimento.
Quisera que em meu leito, a horas mortas,
Tétrico, espectro mina, sinistramente,
Me viesse despertar – depois a morte,
Meus dias terminassem – duramente.
Por ver-te, tudo isso me causara,
Não pesar – alegria.
Por ver-te uma só vez durante a vida,
Por ver-te inda um só dia.
Fonte: Morais-Filho, J. N. 1975. Maria Firmina dos Reis: Fragmentos de uma vida. São Luís, Governo do Estado do Maranhão. Poema publicado em livro em 1861.
Tudo – tudo eu daria:
A vida, a alma, oh céus!
Te of’receria.
Por ver-te inda uma vez
Meu coração
Anseia desejoso!
Por ver-te a mim rendido de afeição,
Por ver-te venturoso.
Por ver-te – a paz, que gozo, – o ar, que gira
Em todo o firmamento,
Eu quisera me fossem denegados,
Só por ver-te um momento.
Por ver-te, ind’eu quisera aniquilado
O céu, o mar, a terra, o ar, o vento;
Quisera, pendurados nos abismos,
Ver os astros perderem o movimento.
Quisera que em meu leito, a horas mortas,
Tétrico, espectro mina, sinistramente,
Me viesse despertar – depois a morte,
Meus dias terminassem – duramente.
Por ver-te, tudo isso me causara,
Não pesar – alegria.
Por ver-te uma só vez durante a vida,
Por ver-te inda um só dia.
Fonte: Morais-Filho, J. N. 1975. Maria Firmina dos Reis: Fragmentos de uma vida. São Luís, Governo do Estado do Maranhão. Poema publicado em livro em 1861.
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