A mocidade
Oton F. Sá
A minha ‘Mamaia’ M. F. dos Reis
Felizes os que podem sem penas e cuidados
Cercar a mocidade de contas e de flores,
Sentir na fronte o beijo dos júbilos doirados
No seio palpitante fremirem os amores...
Vós sois a sã lembrança dos júbilos passados,
Daqueles que a velhice cobriu com seus palores,
E galgam com os folguedos, ridentes, perfumados,
De vossa mocidade repleta de esplendores...
Avante!... que nos mares serenos da alegria
Jamais encontre escolhos a vossa mocidade
Batel que se declina no veio da corrente...
Que nunca da descrença sintais a vaga fria
No seio borbulhar-vos lançando a soledade...
Onde deve a esp’rança brilhar eternamente!...
Fonte: Morais-Filho, J. N. 1975. Maria Firmina dos Reis: Fragmentos de uma vida. São Luís, Governo do Estado do Maranhão. Poema datado de 1903.
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