13 dezembro 2024

Newton

John Maynard Keynes

No século XVIII e desde então, passou-se a considerar Newton como o primeiro e maior dos cientistas da era moderna, um racionalista, alguém que nos ensinou a pensar seguindo as linhas do raciocínio frio e imaculado.

Eu não o vejo sob este prisma. Não creio que qualquer um que tenha se debruçado sobre o conteúdo da caixa que ele deixou quando finalmente partiu de Cambridge em 1696 – o qual, embora parcialmente disperso, chegou até nós – possa vê-lo dessa maneira. Newton não foi o primeiro da Idade da Razão. Foi o último dos feiticeiros, o último dos babilônios e sumérios, a última das grandes mentes que viram os mundos intelectual e visível com os mesmos olhos daqueles que começaram a construir o nosso legado intelectual há menos de 10 mil anos. Isaac Newton, uma criança que já nasceu órfã de pai, no dia do Natal em 1642, foi a última criança-prodígio a quem os Magos poderiam prestar homenagem sincera e apropriada.

Fonte: Stewart, I. 1996. Os números da natureza. RJ, Rocco. Excerto de artigo divulgado em 1946.

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