A história dos povos sem história
Henri Moniot
Havia a Europa, e nisso se resumia a história. Por cima e à distância algumas ‘grandes civilizações’ que seus textos, suas ruínas, às vezes seus laços de parentesco, de trocas, de herança com a Antiguidade Clássica, nossa mãe, ou a amplidão das massas humanas, que eles opuseram aos poderes e à atenção dos europeus, faziam com que fossem admitidas à margem do império de Clio, aos bons cuidados do orientalismo apaixonado pela filologia e pela arqueologia monumental, e comumente consagrado à ostentação das ‘invariantes’ espirituais. O que resta: povoações sem história, sobre o que estavam de acordo o homem da rua, os manuais e a Universidade.
Tudo isso foi mudado. Há dez ou quinze anos, por exemplo, a África negra entra forçosamente no campo dos historiadores. O que se passou e como isso foi possível?
Fonte: Moniot, H. 1979. In: Le Goff, J. & Nora, P., orgs. 1979. História: novos problemas, 2ª ed. RJ, Francisco Alves.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home