Silenciosa pergunta
Poh Pin Chin
Quem ainda
terá lembranças
daqui a mil
ou dois mil
anos
das
diminutas
marcas
deixadas pelas cinzas
do teu corpo
ora
esparramadas
no frágil
espelho
d’água
desse
imenso
lago
tão frio
e sereno
após
terem sido
todas elas
varridas
com força
para longe
da palma
distendida
de minha mão
calejada
por
uma brusca
e ruidosa
rajada
de vento
úmido
nessa
acanhada
e silenciosa
manhã
de quase-primavera
que cresce
lentamente
sob
o peso
de tantas
nuvens
cor de chumbo?
5 Comentários:
q lindo...gostei demais....ivy
Singelo e arrebatador, de fato.
Grande manipulador de palavras...
mas, com sentimento...
quisera eu viver mil, dois mil, talvez até três mil anos... quisera eu partilhar, comunhar, misturar fragmentos, cinzas milenares, moleculares...
quem sabe? eu não sei.
só sei que amo ler você enquanto aqui estou.
Faz lembrarmos que somos parte de todos e que a passagem deve ser bem vivida, porque daqui a mil anos seremos somente isso, moléculas rearranjando.
Bom poema! A tradução tbém ficou mto boa, de quem é?
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