Reminiscência de Rainer Maria Rilke
António Barahona da Fonseca
O génio é monótono monástico
Demoníaco santo eis o homem
O tal que os deuses amam morre jovem
Maduro fim d’Outono azedo drástico
Múltiplo-primavera fantasmático
Adolescente azul ou lobisomem
Por amor do amado ou desuses põem
Quatro estações no caos isoexótico
Bem-vindo o sofrimento distraído
Que exprime a vida curta que convido
Ao jogo a jardinar enquanto cismo
Podando rosas brancas d’ora avante
À luz do olhar do Anjo faiscante
A tesoura a pairar no vasto abismo
Fonte: Silva, A. C. & Bueno, A., orgs. 1999. Antologia da poesia portuguesa contemporânea. RJ, Lacerda Editores. Poema originalmente publicado em 1998. Para ler Rilke, clique aqui.
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