19 março 2008

Reminiscência de Rainer Maria Rilke

António Barahona da Fonseca

O génio é monótono monástico
Demoníaco santo eis o homem
O tal que os deuses amam morre jovem
Maduro fim d’Outono azedo drástico

Múltiplo-primavera fantasmático
Adolescente azul ou lobisomem
Por amor do amado ou desuses põem
Quatro estações no caos isoexótico

Bem-vindo o sofrimento distraído
Que exprime a vida curta que convido
Ao jogo a jardinar enquanto cismo

Podando rosas brancas d’ora avante
À luz do olhar do Anjo faiscante
A tesoura a pairar no vasto abismo

Fonte: Silva, A. C. & Bueno, A., orgs. 1999. Antologia da poesia portuguesa contemporânea. RJ, Lacerda Editores. Poema originalmente publicado em 1998. Para ler Rilke, clique aqui.

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home

eXTReMe Tracker