Conjugação
António Maria Lisboa
A construção dos poemas é uma vela aberta ao meio e coberta de bolor
é a suspensão momentânea dum arrepio num dente fino
Como Uma Agulha
A construção dos poemas
A CONS
TRU
ÇÃO DOS
POEMAS
é como matar muitas pulgas com unhas de oiro azul
é como amar formigas brancas obsessivamente junto ao peito
olhar uma paisagem em frente e ver um abismo
ver o abismo e sentir uma pedrada nas costas
sentir a pedrada e imaginar-se sem pensar de repente
NUM TÚMULO EXAUSTIVO.
Fonte: Melo e Castro, E. M. 1973. O próprio poético. SP, Quíron. Poema (“Para o A. Cruzeiro Seixas”) originalmente publicado em 1952.
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