O fosso de Babel
Jacyntho Lins Brandão
1.
Quinta-feira, doze de julho. Isso ficou registrado na minha cabeça de um jeito tão forte que nunca esqueci. Recebi a caixa de papelão, com as quatro bordas da tampa entrelaçadas. Pesava muito. De fora, já dava para perceber que estava repleta de papéis. Logo dentro um bilhete, preso na corda de um dos pacotes: Prof. J... Talvez isso lhe interesse. A....
Passei a noite lendo a esmo a papelada. Na pilha amarrada, em que estava preso o bilhete de A..., havia um romance. Fiquei surpreso e fascinado, tanto que varei a madrugada e perdi a hora, ao amanhecer, de ir para a escola. Tive de inventar uma desculpa, que não estava me sentindo bem. Alguma verdade nisso. Eu nem dormido tinha.
[...]
Brandão, J. L. 1997. O fosso de Babel. RJ, Nova Fronteira.
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