Os brinquedos do menino
Eugene Field
O cãozinho de madeira, coberto de poeira,
Ainda está de pé, firme e forte.
Com o azul embolorado, o coitado do soldado
Não teve a mesma sorte.
O cãozinho já foi novo, um dia,
E até mesmo o soldadinho reluzia;
Era quando o menino os beijava,
E na estante do quarto os guardava.
“Não se mexam até eu voltar;
E não quero saber de folguedos!”
E deitava na caminha de armar,
A sonhar com seus lindos brinquedos.
Mas enquanto dormia, uma música linda
Dos céus vinda, o fez despertar –
Os brinquedos, amigos, o esperam ainda;
E tudo foi tanto tempo atrás!
Fiéis ao menino, com muita esperança,
Cada qual no local em que foi posto,
Sonham com a maciez de sua mão de criança
E com o sorriso a iluminar seu rosto.
E na poeira, enquanto passam os anos,
Perguntam, de si para si,
Por onde andará o menino risonho
Desde o dia em que os guardou ali.
Fonte: Bennett, W. J., org. 1997. O livro das virtudes para crianças. RJ, Nova Fronteira. Poema originalmente publicado em 1888.
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