Este mundo
Robert Creeley
Noite, duro tempo
fechado mas os dias
nascem. A manhã
abre com luz
na janela.
O sol, agora, escala
o céu azul.
Ao meio-dia
na praia
posso ver
cintilantes ondas,
para sempre,
seguir seus sons
fundos, na mente
ecoam –
deixar a luz
como ar
ser um alívio.
O vento
corta o rosto
e as mãos,
mais feio. O que
se pode pensar –
a praia
miríade de pedras.
Nuvens passam,
cinza do lado de baixo,
branco feixe
de ar, tudo
ar. Água
se move à margem,
azul, verde
branca trama
de espuma.
O que se
perde,
se recobra.
O que
importa a um
neste mundo?
Fonte: Creeley, R. 1997. A um. SP, Ateliê Editorial.
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