Cigarras...
Bernardino Vieira
Lindas cigarras! Loucas raparigas
Que pelo bosque andais noivando...
Cigarras sois, das árvores antigas
Almas sonoras, loucas, delirando!...
Chegam cigarras céleres, cantando
Nas frondejantes árvores amigas.
Gemem saudades!... Morrem soluçando
As mais tristes de todas as cantigas!...
Eu tenho n’alma bandos de cigarras
Estrídulas, canoras e bizarras,
Que dia e noite vivem a cantar!...
As Ilusões! Cigarras cantadeiras!...
D’alma me fogem, céleres, ligeiras,
E, pelo espaço, ficam a chorar!...
Fonte: Lenko, K. & Papavero, N. 1979. Insetos no folclore. SP, Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas. Poema publicado em livro em 1920.
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