Noite de estrelas
Lamartine F. Mendes
A noite cai. O espaço se perfuma
Das essências que o vento na asa encerra.
No alto, ao abrir dos manacás na terra,
Abrem rosas de fogo, uma por uma...
A cachoeira soluça sob a espuma
Que, alva e sem rumo, a flor dos flancos lhe erra.
Monstruosa catedral informe, a serra
O perfil arrogante alteia e apruma.
Bailam nos ares luminosos rastros.
E é tal a confusão de insetos e astros,
Broslando de ouro o alcandorado céu,
Que, olhando o azul e as luzes que o povoam,
Não sei bem se as estrelas é que voam,
Se os vagalumes é que estão no céu.
Fonte (os dois tercetos): Lenko, K. & Papavero, N. 1979. Insetos no folclore. SP, Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas. Poema publicado em livro em 1928.
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