Anélitos
Claudio Allori
A tua boca de chama, o colo túrgido,
Teu ardente perfume
Arrastam-me a um abismo de alegria:
Ah ser em ti, perder-me todo em ti,
E em delírio soldar nossos desejos!
Anular-se, engolfar-se
Em fundos pegos de felicidade:
Para que a vida não se extinga.
Este é o supremo anélito
Que me assimila ao infusório, ao galgo,
A esta roseira em flor
Que, pejada de essências,
Difunde em derredor vagas de aromas.
Fonte: Bandeira, M. 2007. Estrela da vida inteira. RJ, Nova Fronteira. Poema publicado em livro em 1935.
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