O inverno
Antioco Casula
Carregado de negros temporais
Vem o inverno, velho, triste e canoso.
E sem ervas está triste a pastagem
Os bosques nus e áridos.
Não há pássaros que alegrem as alvoradas
Em seus mil gorjeios delicados;
Somente o vento sopra nas narinas
E tristes convivem na distância.
Assim é a humana sorte: rindo
Foge o amor, vai-se o prazer;
Passa a juventude dia a dia.
Como um dia de maio sem vento.
Mas a dor, semelhante à neve,
Cai continuamente, fria e lenta, lenta.
Fonte: Freire, C. 2004. Babel de poemas: uma antologia multilíngüe. Porto Alegre, L&PM.
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