Sem amor
Galaktion Tabidze
Sem amor,
Não resplandece o sol na
abóbada celeste,
Nem se agita a floresta
ou sopra o vento,
De alegria...
Sem amor, não existe
beleza
E nem a imortalidade não
mais existe.
Mesmo a última flor,
aquele amor derradeiro,
Que o outono desflora,
E tantas vezes melhor que
o primeiro.
Não invoca as tempestades
Das paixões insensatas.
Não invoca nem o jovem
ardor,
Nem as vozes selvagens...
Cultivado no frio e no
vento do outono,
Que sopra sobre os
campos,
Em nada se parece com
As ternas flores, ou com
aquelas frágeis da primavera.
Em lugar do doce Zéfiro é
o vento de tempestade
Que a acaricia.
Não a paixão, mas a
carícia muda
Que o enlaça e aperta.
Assim se consome, assim
se dissipa o último
Amor.
Consome-se sem dor, com
doçura, mas
Sem alegria.
E não existe no mundo
Imortalidade.
Mesmo a imortalidade não
pode existir,
Sem amor!
Fonte: Freire, C. 2004. Babel de poemas: uma antologia multilíngüe. Porto Alegre, L&PM. Poema publicado em 1913.
Fonte: Freire, C. 2004. Babel de poemas: uma antologia multilíngüe. Porto Alegre, L&PM. Poema publicado em 1913.
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