À morte do desventurado
Bernardo Gavião
Eis o termo; eis a pedra;
eis a verdade;
O desengano enfim; enfim
a morte;
Eis o gume ante o qual se
quebra a forte
E ampla, vasta, infinita
eternidade.
Não é sonho, meu Deus, é
realidade,
Harpa que estala em
ultimo transporte,
A cova revoltou-se, é lei
da sorte,
Um mistério talvez,
fatalidade.
E o barro mortal, na
triste lida,
Tombou sem força, e em
campa regelada,
Lá foram-se ilusões, lá
foi-se a vida!
Morreste, Feliciano, e
abrilhantada
Voou tua alma, lá nos céus
perdida,
E findou-se o teu ser, findou teu nada.
E findou-se o teu ser, findou teu nada.
Fonte: Martins, W. 1978. História da inteligência brasileira, vol. 2. SP, Cultrix & Edusp. Poema recitado no enterro de Feliciano Pinto Coelho Duarte (1828-1850).
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