Fars
Foi há tanto tempo e entre amores
decisivos
cataclismas
criações confinamentos
jaulas
aeronaves
trens.
Foi antes das exposições
de motivos.
Houve uma época
tão descansada em que
desde que se tivesse
uma janela em movimento
ele era imagem
deslizando ante folhas.
Se estendia embaixo de
árvores
entrava em corredores
saía de portas.
Na areia ele era
as manhãs do desejo mais
difuso.
Quando havia cinza no mar
era ele que estava
(de suéter)
na antepenumbra molhada.
Quando era noite
ele era quase raiva, na
espera.
Doce e nu, sentado no
banquete
numa horta de alfaces
sonhei com ele esta
noite.
Fonte: Hollanda, H. B., org. 2001 [1976]. 26 poetas hoje, 4ª edição. RJ, Aeroplano.
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