Cala os olhos, vagabundo
José Gomes Ferreira
Cala os olhos, vagabundo.
Não me digas
que há estradas no mundo
sem urtigas.
Não me contes
que nascem astros nos
vales
para além dos horizontes.
Não me fales
de haver poentes
com as cores ardentes
das penas dum galo.
Não me tentes,
vagabundo.
Não quero ver o mundo.
Prefiro imaginá-lo.
Fonte: Silva, A. C. &
Bueno, A., orgs. 1999. Antologia da poesia portuguesa contemporânea. RJ, Lacerda Editores. Poema publicado em
livro em 1961.
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