Devaneios
August Liesch
Há horas e dias
que te enchem de melancolia,
histórias que julgavas
esquecidas
e que não te deixam mais.
Histórias esquecidas!
No fundo não é assim,
as lágrimas te caem dos
olhos
e não sabes por quê.
Uma nuvem no céu,
uma sombra na estrada,
um canto na entrada da
vila,
perdida e abandonada:
Quantas vezes já tudo
isso
se fixou no teu olhar,
sem contudo jamais
tocar-te o coração.
Num país estrangeiro e
longínquo,
uma bela estrangeira
desconhecida,
um olhar brilhante que
cintila
no canto de um olho
sonhador...
Isso não te diz respeito,
não te enfadas
e, contudo, parece que
não poderás jamais
esquecer esse instante de
felicidade.
Fonte: Freire, C. 2004. Babel de poemas: uma antologia multilíngüe.
Porto Alegre, L&PM.
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