Os mortos
Jan Skácel
Estão sempre conosco os
nossos mortos
e, de fato, jamais
estamos sós.
E vêm como sombras
no cabelo as cinzas e
pedaços de argila.
Seus rostos parecem
anuviados
e contudo nos
reconhecemos.
Suavemente cheiram suas
mãos
ao lóio que no ano
passado florescia.
Cumprimentam
silenciosamente, como a um dos seus,
a mim, mutilado pelo
tempo presente.
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