03 outubro 2014

Vômito

Emilio A. Rodríguez Garay

Embora o reflexo do vômito não represente um processo fisiológico, pode ser induzido por estímulos aferentes procedentes de zonas sensoriais do trato digestório, de outras vísceras abdominais e do labirinto por ação central direta que exercem certos compostos farmacológicos (apomorfina, emetina, etc.) ou por estímulos mecânicos produzidos por um aumento da pressão intracraniana.

Os diferentes estímulos atuam sobre grupos de neurônios da formação reticular lateral do bulbo, conhecidos como centro do vômito. Os neurônicos desse centro encontram-se inter-relacionados com fibras e células nervosas envolvidas em diferentes funções. A via eferente é composta por fibras do simpático e dos nervos vago e frênico; os impulsos eferentes, ao atuar sobre diferentes efetores, produzem uma resposta complexa na qual a sensação de náusea, a hipersecreção salivar e sudorípara e a aceleração da freqüência cardíaca precedem a expulsão do conteúdo gástrico. Essa última desenvolve-se em duas etapas: 1) na primeira ocorre relaxamento do corpo do estômago e contração da região [antropilórica] enquanto ocorre o relaxamento dos esfíncteres esofágicos inferior e superior; 2) na segunda produz-se uma inspiração forçada, fecha-se a glote e contraem-se o diafragma e os músculos abdominais, aumentando a pressão intragástrica. Isso determina o esvaziamento do conteúdo até a boca, através do esôfago relaxado, e dessa para o exterior. Neste momento, a respiração é suspensa e produz-se a elevação do palato mole.

Fonte: Garay, E. A. R. 2004. Funções motoras do sistema digestório. In: Cingolani H. E. & Houssay, A. B., orgs. Fisiologia humana de Houssay, 7ª edição. Porto Alegre, Artmed.

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