Vômito
Emilio A. Rodríguez Garay
Embora o reflexo do
vômito não represente um processo fisiológico, pode ser induzido por estímulos
aferentes procedentes de zonas sensoriais do trato digestório, de outras
vísceras abdominais e do labirinto por ação central direta que exercem certos
compostos farmacológicos (apomorfina, emetina, etc.) ou por estímulos mecânicos
produzidos por um aumento da pressão intracraniana.
Os diferentes estímulos
atuam sobre grupos de neurônios da formação reticular lateral do bulbo,
conhecidos como centro do vômito. Os neurônicos desse centro encontram-se
inter-relacionados com fibras e células nervosas envolvidas em diferentes
funções. A via eferente é composta por fibras do simpático e dos nervos vago e
frênico; os impulsos eferentes, ao atuar sobre diferentes efetores, produzem
uma resposta complexa na qual a sensação de náusea, a hipersecreção salivar e
sudorípara e a aceleração da freqüência cardíaca precedem a expulsão do
conteúdo gástrico. Essa última desenvolve-se em duas etapas: 1) na primeira
ocorre relaxamento do corpo do estômago e contração da região [antropilórica]
enquanto ocorre o relaxamento dos esfíncteres esofágicos inferior e superior; 2)
na segunda produz-se uma inspiração forçada, fecha-se a glote e contraem-se o
diafragma e os músculos abdominais, aumentando a pressão intragástrica. Isso
determina o esvaziamento do conteúdo até a boca, através do esôfago relaxado, e
dessa para o exterior. Neste momento, a respiração é suspensa e produz-se a
elevação do palato mole.
Fonte: Garay, E. A. R.
2004. Funções motoras do sistema digestório. In: Cingolani H. E. & Houssay,
A. B., orgs. Fisiologia humana de Houssay,
7ª edição. Porto Alegre, Artmed.
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