Aspectos da explicação em teorias biológicas
Morton Beckner
Em artigo fartamente discutido, publicado em 1948, Carl Hempel e Paul Oppenheim descreveram um padrão explicativo que passou a ser conhecido por ‘modelo dedutivo’. Em linhas gerais, as teses propostas são as seguintes: se a sentença que enuncia o acontecimento ou fenômeno a ser explicado for denominada explanandum e se a sentença que enuncia as informações reunidas com o fito de dar conta da ocorrência for denominada explanans, então, se a explicação for legítima, as seguintes condições devem estar satisfeitas: o explanans é verdadeiro e contém pelo menos uma lei geral; e o explanandum decorre (é dedutível) do explanans.
O modelo dedutivo agrada de imediato aos estudiosos da lógica da Ciência. Em certo sentido, é formulação de muitas idéias filosóficas que são, pelo menos, tão velhas como Aristóteles. [...]
As discussões em torno da questão da explicação e da lógica das explicações tomam, de hábito, o modelo dedutivo como ponto de partida. [...] Muitos pensadores têm salientado que o modelo está cheio de dificuldades intrínsecas e que há inúmeros padrões explicativos que o modelo não elucida nem engloba. Em particular, frisou-se que o modelo é apropriado para as ciências físicas, sendo de pouca valia para as ciências biológicas, psicológicas e sociais.
Pretendo discorrer a respeito desse tema e a minha tese é a de que uma forma revista do modelo dedutivo é aplicável a todas as explicações, sem exceção.
[...]
Fonte: Morgenbesser, S.
org. 1979. Filosofia da ciência. SP, Cultrix.
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