Desertos em marcha
Paul B. Sears
3.
[...]
Ao tempo de Carlos Magno,
que foi um chefe esclarecido, iniciou-se a destruição das florestas da Europa
Ocidental, operação que continuou através do século 13. No fim da Idade Média,
a terra estava grandemente despida de suas árvores, como a região mediterrânea
antes da era cristã, e surgiram leis severas contra o corte. As ideias
avançadas herdadas de Roma logo se perderam. Os campos foram usados e depois
abandonados. Os lordes feudais mudavam seus quartéis-generais de um castelo para outro, para
fugir, ao que se disse, da sujeira acumulada. Mas o coeficiente de tolerância
da sujeira era tão alto naqueles dias que a mudança devia ser ocasionada pelo
propósito de usar novas fontes de alimento à medida que os velhos campos se
exauriam. Tal sistema é errôneo. A recuperação leva muito tempo e uma parte
muito grande da terra fica parada. Figuras pintadas e esculpidas do período
representam seres humanos emaciados e raquíticos; e como essas figuras eram
mais comuns na arte [sacra], ainda achamos, em grande parte, que anemia e
santidade são inseparáveis. A culpa, na verdade, era da dieta inadequada e da
má nutrição em imensa escala, como encontramos em comunidades rurais atrasadas.
[...]
Fonte: Hardin, G., org.
1967. População, evolução & controle da natalidade. SP, Companhia Editora Nacional & Edusp. Trecho de livro originalmente publicado em 1935.
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