17 janeiro 2015

Veículos automotores e aquecimento global

Michael P. Walsh

Os veículos automotores geram mais poluição atmosférica do que qualquer outra atividade humana. Entre os gases-estufa emitidos pelos veículos automotores (ou a eles atribuíveis) estão os clorofluorcarbonos (CFC), o dióxido de carbono (CO2), o óxido nitroso (N2O), o metano (CH4) e os precursores do ozônio troposférico –hidrocarbonetos (HC) e óxidos de nitrogênio (NOx). Os veículos automotores também são a principal fonte de monóxido de carbono (CO), que tem papel importante nas concentrações de metano e ozônio troposférico. Neste capítulo, descrevo em linhas gerais onde, como e em que quantidade são emitidos os gases-estufa pelos veículos automotores e analiso os outros poluentes emitidos. Em seguida, considero as tendências no aumento do número de veículos automotores no mundo e seu provável impacto no aquecimento global, se deixarmos essas tendências seguirem livremente seu curso, sem nos esforçarmos ou para reduzir ainda mais as emissões ou para reduzir o número de veículos – ou as duas opções acima.
[...].

A política correta para tratar dos problemas ambientais locais e globais causados pelos veículos teria os seguintes elementos:

** Padrões rígidos de emissões de CO, HC e NOx, de forma que os novos veículos vendidos nos EUA (e mundialmente) sejam equipados com controles de emissão ultramodernos;

** Padrões de emissão de dióxido de carbono suficientes para diminuir em 20% as emissões da frota global a curto prazo e em 50% a longo prazo (levando-se em consideração não só as emissões diretas, mas também as emissões associadas à extração, fabricação e distribuição de combustíveis). Isso talvez implique níveis de eficiência de combustível para os futuros veículos de aproximadamente 40 mpg [milhas por galão] até o ano 2000 e de 90 mpg até 2030, a menos que se limite o aumento de milhagem rodada por veículos;

** Minimização do potencial de aumento contínuo do número e uso de veículos. No mínimo, isso deveria incluir a adoção de políticas governamentais que ofereçam alternativas atraentes ao uso de carros particulares. Um outro elemento importante seria o aumento gradativo das tarifas energéticas, para estimular as pessoas a pagarem por veículos e combustíveis altamente eficientes e a tomarem decisões sobre estilo de vida que possivelmente minimizarão as viagens de carro, bem como os outros usos da energia.

Fonte: Legget, J., ed. 1992. Aquecimento global: O relatório do Greenpeace. RJ, Editora da FGV.

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