Diante do mar
Também estou diante do
mar
a partir de mim.
para descobrir não sei o
quê.
Como se não estivesse
também estou diante do
mar
a colher ostras e
estrelas.
Guardo bem o sentido da
vida
como se a mim fosse
permitido
aguardar os sentimentos
das tardes.
Também estou diante do
mar
como se a saltar de um
abismo
e a calar as aves e as
nuvens
dessas que vivem por cima
das águas
e no fundo do olhar.
Também estou diante do
mar
como se a partir sempre
para lugar nenhum
as redor da palavra
esse ato de morrer.
Não sou neste silêncio do
rio
o braço do oceano
em que navego
pressentimentos.
Ah, Cesário Verde
faz viver ainda mais este
poema
como se à poesia
fosse possível salvar o
mundo.
Também estou diante do
mar
a ver o avental cheio de
uvas
também estou
como se não estivesse
a partir de mim e comigo
em busca de não sei do
quê.
Fonte: Alves, A. A. 2008.
Melhores poemas: Álvaro Alves de Faria. SP, Global. Poema publicado em livro em 2002.
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