Polimorfismo e o supergene
E. B. Ford
É [o polimorfismo] uma
forma de variação de grande importância e de aplicação universal. Foi definido
por Ford [...] como “a ocorrência conjunta, no mesmo hábitat, de duas ou mais
formas descontínuas de uma espécie, em proporções tais que a mais rara não pode
ser mantida apenas por mutações recorrentes”.
O significado e o alcance
dessa definição podem ser melhor entendidos, tomando-a por partes. Ela exclui,
claramente, tanto as formas geográficas como as sazonais. Exclui também a
variação multifatorial, responsável por alguma característica que possa assumir
todos os valores entre dois extremos, ambos raros, ao passo que a média entre
elas constitui uma classe relativamente comum: por exemplo, a altura em uma
dada população humana. Além disso, existe uma outra situação que não pode ser
polimórfica: a estabelecida por qualidades desvantajosas raras, eliminadas pela
seleção e mantidas apenas [por meio] de mutações. Uma população humana não será
polimórfica por incluir alguns indivíduos que, como São Marcos, possuem dedos
truncados (braquidactilia).
No polimorfismo coexistem
formas alternativas distintas, como os conhecidos grupos sanguíneos O e A, não
relacionados [por meio] de intermediários e, na maioria das raças, ocorrendo
conjuntamente em alta frequência, tanto em homens como em mulheres; portanto,
algum tipo de ‘mecanismo de controle’ deve decidir qual a alternativa, dentre
duas ou mais, se desenvolverá num dado indivíduo. Esse controle é quase sempre
proporcionado pela segregação de um par de alelos, ou pelas formas alternativas
de um supergene [...].
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