25 novembro 2018

Estigma

Dirceu Quintanilha

Vem de longe
o fogo.

Resta o ofício:
– Forjá-lo em ferro.

Eis o poema
de ferro e fogo
de sangue e terra.

Mas o verbo
nas mãos fechadas
desfaz-se em
cinzas.

Maldita marca
posta na carne
a ferro em brasa.

Fonte: Quintanilha, D. 1981. Arquiteto do silêncio. RJ, Fontana.

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