07 dezembro 2018

A escarradeira do rei


Eis que a imprensa divulgou ontem (6/12) uma célere decisão do nosso querido STJ. Diz respeito a uma antiga reivindicação envolvendo a nobilíssima – digo esta e as próximas palavras dobrando o tronco e abaixando a cabeça – família Orleans e Bragança (ver aqui).

Os tataranetos dos tataranetos de Pedro Álvares Cabral reivindicavam a restituição e o reconhecimento do domínio deles sobre o Palácio Guanabara, sede do governo do estado do Rio de Janeiro.

Não sei se entendi bem a história, mas seria mais um daqueles casos de apropriação privada de bens públicos. (A propósito, essa molecada monarquista, cujos integrantes se julgam herdeiros do trono, se trono houvesse, já usufruem de mamatas vergonhosas, como a abominável taxação sobre transações de compra e venda de imóveis situados no centro urbano de Petrópolis RJ, em terras que outrora foram de dom Pedro II – ver aqui.)

Uma sugestão

Pois eu deixo aqui uma sugestão, caso a decisão do STJ seja de fato para valer e definitiva.

Mais fechado do que aberto há quase 10 anos (ver aqui), o Museu Mariano Procópio (Juiz de Fora MG) – o “segundo maior acervo imperial do país” (ver aqui) – abriga uma preciosidade: uma escarradeira de louça que teria sido usada por algum antepassado dos tataranetos dos tataranetos de Pedro Álvares Cabral.

Minha sugestão é esta: que esse pessoal da Casa de Petrópolis reivindique agora para si o domínio de tal relíquia. Mais que um consolo, uma escarradeira parece ser uma urgente necessidade, sobretudo para quem outro dia andou alardeando que gostaria de brincar de guerra na Venezuela (ver aqui).

Postura e pretensões abomináveis.

Cospe fora, moleque, cospe!

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