Mare Novum
Jorge Wanderley
nunca mais falar
depressa por cima das ondas
mas demorar no verde fundo
terrível, maior – nunca mais
senão devagar, de cabeça
morder cada sílaba neste
processo em que vais ficar
máquina dura e por certo
mais fatal, mortífera e pesada
e longa em cada recesso, mais
comprovada em cada perda
de fôlego, que já falta, que estás
tão verdadeiro, já negro, está
tudo assim mas talvez fosse
melhor como era antes, menos
real, mas carregado de todas as mantas
carregado e tão leve, pesado agora,
real, mas carregado de todas as manias
antes
mar
Fonte: Wanderley, J. 2001. Antologia poética. SP, Ateliê Editorial. Poema publicado em livro em 1987.
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