Cairá o bastão de nossa mão
Pär Lagerkvist
Cairá o bastão de nossa mão,
o vagar terá um fim.
Deserta ficará a terra
dos homens,
nada mais acontecerá.
Nenhum homem sequer
olhará mais longe.
Nenhum jovem estará
desperto.
Nem sequer o peregrino
sobre o duro leito de palha
saboreará a beatitude de
sua alma.
Já se terão ido aqueles
que aqui viveram.
Em silêncio afastaram-se
de tudo o que exista.
Nenhum jamais regressou.
As estrelas ainda
flamejam na eternidade,
por tempos infinitos.
O cintilar da Via Láctea,
a nebulosa,
ainda atravessa os
espaços.
E tudo é como antes.
Somente nós não somos mais.
O fogo das nossas
barracas se apagou.
Fonte: Freire, C. 2004. Babel de poemas: uma antologia multilíngüe.
Porto Alegre, L&PM.
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