Noites de inverno
Eugène Marais
Oh! frio é o vento,
desolado.
Vastos como a
misericórdia divina,
jazem os campos sob a luz
das estrelas,
na sombra.
E alto, nos confins
dispersos,
nos terrenos queimados,
as sementes se movem
como mãos acenando.
Oh! triste é a melodia
quando fustiga o vento do
este,
como a jovem que perdeu
seu amado.
Na dobra de cada folha de
grama
brilha uma gota de
orvalho
e rapidamente empalidece,
até transformar-se em
grama, na friagem.
Fonte: Freire, C. 2004. Babel de poemas: uma antologia multilíngüe.
Porto Alegre, L&PM. Poema originalmente publicado em 1905.
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