As minhas cartas! Todas elas frio
Elizabeth Barrett Browning
As minhas cartas! Todas
elas frio,
Mudo e morto papel! No
entanto agora
Lendo-as, entre as mãos
trêmulas o fio
Da vida eis que retomo
hora por hora.
Nesta queria ver-me – era
no estio –
Como amiga a seu lado...
Nesta implora
Vir e as mãos me tomar...
Tão simples! Li-o
E chorei. Nesta diz
quanto me adora.
Nesta confiou: sou teu, e
empalidece
A tinta no papel, tanto o
apertara
Ao meu peito, que todo
inda estremece!
Mas uma... Ó meu amor, o
que me disse
Não digo. Que bem mal me
aproveitara,
Se o que então me
disseste eu repetisse...
Fonte: Bandeira, M. 2007.
Estrela da vida inteira. RJ, Nova Fronteira. Poema publicado em livro em 1850.
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