07 janeiro 2015

A caverna

Martinus Nijhoff

Não sei que direção tomar.
O caminho por onde viemos se fechou
E não há diante de nós nenhuma luz
Apontando a saída desta caverna.

Mantemos o contato chamando-nos pelos nomes.
A água, de cima, gotejando sobre as cabeças,
Apagou nossas últimas tochas.
As mãos tateiam as paredes úmidas.

As horas passam, uma a uma,
E nossos pensamentos estão cheios de céu azul,
Um vislumbre do alegre canto dos pássaros
E da nunca – suficiente – vista luz do sol.

Fonte: Freire, C. 2004. Babel de poemas: uma antologia multilíngüe. Porto Alegre, L&PM. Poema publicado em livro em 1943.

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