A cabra
Florisvaldo Mattos
Talvez um lírio. Máquina
de alvura
sonora ao sopro neutro
dos olvidos.
Perco-te. Cabra que és já
me tortura
guardar-te, olhos
pascendo-me vencidos.
Máquina e jarro. Luar
contraditório
sobre lajedo o casco azul
polindo,
dominas suave clima em
promontório;
cabra: o capim ao sonho
preferindo.
Sulca-me perdurando nos
ouvidos,
laborado em marfim – luz
e presença
de reinos pastoris antes
servidos –
teu pelo, residência da
ternura,
onde fulguras na manhã
suspensa:
flor animal, sonora
arquitetura.
Fonte (versos 1-4 e 14):
Nejar, C. 2011. História da literatura brasileira. SP, Leya. Poema publicado em livro em 1965.
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