01 abril 2016

Transporte a longas distâncias

Emanuel Epstein & Arnold J. Bloom

[C]erca de 400 milhões de anos atrás, as plantas começaram a sair de seu antigo lar aquoso e colonizar a terra [...]. Nesse importante evento [evolutivo] [...], duas funções previamente desempenhadas pelas mesmas células – a aquisição de carbono e a aquisição de água e nutrientes minerais – tornaram-se separadas no espaço. Parte da planta tinha [de] absorver água e nutriente do solo, onde ela era privada de luz e, consequentemente, incapaz de realizar fotossíntese, enquanto outra parte tinha [de] estar acima do solo, exposta à atmosfera e, por essa razão, separada da fonte de água e minerais. Essa separação espacial das funções de nutrição orgânica e inorgânica precisou da elaboração [evolutiva] de estruturas e mecanismos para o transporte a longas distâncias, ou translocação, de substâncias químicas. Alimentos orgânicos sintetizados como resultado da fotossíntese tinham de ser transportados para as partes da planta confinadas ao solo, enquanto a água e nutrientes inorgânicos adquiridos do solo tinham de ser conduzidos aos órgãos fotossintetizantes superiores. Além disso, a elaboração de um corpo de planta que se estende acima da superfície do solo, ‘alcançando o sol’ [...], exigiu o desenvolvimento de elementos estruturais de suporte. Finalmente, como a elaboração de um complexo corpo vegetal exigiu a integração de regulação de muitos processos durante o crescimento e desenvolvimento, surgiu a necessidade de transporte de hormônios e outros reguladores de crescimento.
[...]

Fonte: Epstein, E. & Bloom, A. J. 2006. Nutrição mineral de plantas, 2ª edição. Londrina, Editora Planta.

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