As filhas do sol
Barbara Leaming
Phelps Putnam, de volta
da Nova Escócia, compareceu ao casamento da irmã no dia 8 de setembro, em
Massachusetts. Quando apareceu em Nova York, logo depois, abraçava, uma cópia
de ‘As filhas do sol’.
[...]
[Edmund] Wilson chorou ao
ouvir Putnam ler seu longo poema sobre a menina com cabelos ‘cor de raposa’ e a
decisão do poeta de procurar ‘a energia da solidão’. F. O. Matthiessen
descreveu as passagens sobre Kate como sendo ‘o ponto alto’ da eloquência de
Putnam. Wilson propôs que assim que Putnam acabasse de brincar com palavras e
frases, ele escreveria uma apresentação ‘apaixonada’ para Maxwell Perkins,
editor-chefe da Scribner’s.
Enquanto Kate ensaiava
seu modesto papel em These days sob a
direção de Arthur Hopkins, no Plymonth Theater, as recitações de Putnam a
transformaram em lenda por toda Manhattan. Todos sabiam, em certos círculos,
quem era a menina sobre a qual Putnam escrevia:
Eu não
posso mentir após ter ouvido
A filha
do sol cantar pela manhã
Ela se
banhava, e com braços longos erguidos
Prendia
os cabelos ardentes outra vez; e cantava
Deixando
este amante vadio em sua cama.
E eu me
enchi de luz a tal ponto
Que
delirei.
As descrições que Putnam
rabiscara nos cadernos, os carinhosos detalhes que contara aos amigos, tudo
isso foi parar, de forma oblíqua, nos versos de ‘As filhas do sol’.
[...]
Fonte: Leaming, K. 1997. Katharine Hepburn. RJ, Record.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home