06 setembro 2016

As filhas do sol

Barbara Leaming

Phelps Putnam, de volta da Nova Escócia, compareceu ao casamento da irmã no dia 8 de setembro, em Massachusetts. Quando apareceu em Nova York, logo depois, abraçava, uma cópia de ‘As filhas do sol’.
[...]

[Edmund] Wilson chorou ao ouvir Putnam ler seu longo poema sobre a menina com cabelos ‘cor de raposa’ e a decisão do poeta de procurar ‘a energia da solidão’. F. O. Matthiessen descreveu as passagens sobre Kate como sendo ‘o ponto alto’ da eloquência de Putnam. Wilson propôs que assim que Putnam acabasse de brincar com palavras e frases, ele escreveria uma apresentação ‘apaixonada’ para Maxwell Perkins, editor-chefe da Scribner’s.

Enquanto Kate ensaiava seu modesto papel em These days sob a direção de Arthur Hopkins, no Plymonth Theater, as recitações de Putnam a transformaram em lenda por toda Manhattan. Todos sabiam, em certos círculos, quem era a menina sobre a qual Putnam escrevia:

Eu não posso mentir após ter ouvido
A filha do sol cantar pela manhã
Ela se banhava, e com braços longos erguidos
Prendia os cabelos ardentes outra vez; e cantava
Deixando este amante vadio em sua cama.
E eu me enchi de luz a tal ponto
Que delirei.

As descrições que Putnam rabiscara nos cadernos, os carinhosos detalhes que contara aos amigos, tudo isso foi parar, de forma oblíqua, nos versos de ‘As filhas do sol’.
[...]

Fonte: Leaming, K. 1997. Katharine Hepburn. RJ, Record.

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