01 março 2019

Só o luto corrompe


Só o luto corrompe.
            De amoras
maduras não te falo – trago-te
o verão num cesto
de morangos e papoilas, um
candelabro de medronhos
para as pulsões do inverno.
            Digo-te:
a morte não nos pertence.

Fonte: Silva, A. C. & Bueno, A., orgs. 1999. Antologia da poesia portuguesa contemporânea. RJ, Lacerda Editores. Poema publicado em livro em 1993.

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