Recorde
Gil de Carvalho
À mesa dos cafés, a carne.
Quase nua, palpita dentro
De pequenos cronómetros.
Recorda, dia a noite, que
Afinal os obstáculos perduram
Sempre no interior da chama.
Que o Eterno vacila sobre a cama
Destes animais litúrgicos, votados
Que somos – ao amor, à morte, ao abandono.
Fonte: Silva, A. C. & Bueno, A., orgs. 1999. Antologia da poesia portuguesa contemporânea. RJ, Lacerda Editores. Poema publicado em livro em 1998.
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